23 de dezembro de 2008
Nevoeiro
E o sentimento que menos esperava conhecer subitamente apoderou-se de mim. Não percebi como foi possivel tal coisa. Desprevenida. Só podia ser a unica explicação para tal coisa. Sentia-me fraca a cada momento que passava. Sentia-me sozinha e sem força. Por mais forte que tentasse ser, mais fraca me tornava. Como era possvel estar assim? Era a unica qestão que tinha dentro de mim e sem saber porquê não conseguia encontrar uma resposta, por mais simples q ela fosse. Dentro mim restava apenas um estranho nevoeiro. Dum momento para o outro sentia-me oca e sem vida. Era apenas um corpo que não tinha qualquer tipo de reacção. Um corpo que apenas vivia por viver. Tinha perdido a minha razão para fazer tal coisa. Tudo tinha desaparecido. Desaparecido sem qualquer tipo de explicação. Eu, eu encontrava-me muda. As palavras tinham desaparecido tal como a alegria que tinha. Por mais q evitasse, dos meus olhos apenas saíam lagrimas. E quanto mais eu tentava fazer com que essas lagrimas parassem de cair mais eu chorava por perceber não conseguia. Sentia-me tão sozinha naquela sala. Ninguém me compreendia. Eu sabia, todos sabiam que isso era impossivel. Tinha-me tornado invisivel. Daquilo que eu era, apenas restava uma sombra. Nenhuma frase ou gesto me chamavam a atenção. Como tinha aquilo sido possivel? Pensei em desaparecer, morrer. Mas eu sabia que não podia. Eu sabia que não podia ser assim tão fraca. Senti mais uma vez as lagrimas a escorrerem lentamente pela minha cara. Tentei parar, tentei limpa-las mas não conseguia. O meu esforço parecia ser inutil perante aquele sentimento estupido e sem razão. Tantas vezes que eu tentei! Como era possivel? Seria eu uma inutil? Não, não podia ser ser... E mais uma vez, tentei ser forte e levantei-me. Dirigi-me lentamente em direcção ao espelho e olhei. Foi então que vi aquela cara que eu não reconhecia. Um vulto de olhos negros sem vida. Aqela era minha dura realidade. Eu tinha-me tornado naquilo. Não aguentei e parti o aquele espelho que reflectia aquela dura imagem. Senti então uma coisa qente a escorrer-me pela pele. Olhei. Era sangue. O meu sangue tinha então começado a sair e a marcar tudo por onde passava. Acalmei-me e deixei que aquela sensação se espalhasse por todo o meu corpo. Sentei-me e adormeci.
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